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NOTIFICAÇÕES DE MENSAGENS PREJUDICAM A SAÚDEM MENTAL
NOTIFICAÇÕES DE MENSAGENS PREJUDICAM A SAÚDEM MENTAL

EM CERTOS AMBIENTES DE TRABALHO, O PROFISSIONAL DEVE ESTAR SEMPRE ALERTA PARA NOVAS MENSAGENS. ISSO PODE GERAR TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO OU SÍNDROME DE BURNOUT

24/10/2018

A competitividade do mercado de trabalho, a cobrança excessiva, a preocupação com os prazos e o relacionamento com chefes e colegas são fatores que podem comprometer a saúde mental de um profissional. Com o surgimento e popularização dos smartphones, um novo fator pode impactar diretamente no estresse dentro e fora do ambiente de trabalho: as notificações de mensagens nas redes sociais.

Pesquisas realizadas em diversos países têm apontado uma relação entre o uso constante de tecnologias e o estresse. Isso porque, quando o usuário recebe uma notificação de mensagem, seja no e-mail, Whatsapp, Facebook ou outra rede, uma reação de adrenalina é disparada, fazendo com que a pressão arterial do usuário suba. Dessa forma, o usuário acaba se tornando “viciado” na tecnologia, permanecendo constantemente alerta às novas mensagens.

Segundo Ana Maria Costa, psiquiatra e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), existem trabalhos e publicações que comprovam, do ponto de visto científico, que a exposição excessiva às mídias sociais acaba agravando transtornos de ansiedade e depressão.

“A hiper conexão agrava também o processo de concentração, pois você cria uma necessidade de comunicação de ordem imediata. Outro problema é que a exposição constante que acontece nas redes sociais cria uma ilusão de vida perfeita no usuário. Isso também causa problemas em sua saúde mental”, afirma.

A sensação de estar sempre alerta, esperando por uma oportunidade de comunicação, acarreta em uma exaustão que pode impactar na saúde mental do usuário. Quando isso está associado ao trabalho, o estresse do profissional pode se tornar algo mais grave.

“Se, em um ambiente de trabalho, há uma exigência de hiper conexão, o trabalho acaba se transformando em estresse. Por exemplo, se você não responde de forma imediata um e-mail ou uma mensagem de trabalho, isso é entendido como se você não estivesse sendo efetivo em sua função. A hiper conexão tende a demonstrar a efetividade, e isso pode gerar problemas sérios para a saúde do profissional”, pontua Ana Maria.

TRANSTORNOS COMUNS
Os transtornos de ansiedade e a depressão são os transtornos mentais mais comuns em ambientes de trabalho estressantes. Eles abrangem outras categorias, como ansiedade social, a síndrome do pânico e uma série de condições depressivas. O estresse pode se encaixar dentro dessas categorias ou se sustentar como uma condição de curto e longo prazo.

O estresse profissional, quando chega a seu ponto máximo, é classificado como Síndrome de Burnout. A doença descoberta no fim da década de 60, pode estar associada a qualquer profissão. Entretanto, trabalhos que impactam diretamente na vida de outras pessoas deixam os trabalhadores mais suscetíveis à doença, como profissionais da saúde em geral, jornalistas, advogados, professores.

As discussões sobre a síndrome ganharam força nos últimos anos. O termo “burnout” é a união das palavras em inglês “burn“, que quer dizer queima, e “out“, que significa exterior. Portanto, a síndrome de Burnout corresponde a um desgaste emocional intenso capaz de impactar em elementos físicos e emocionais de uma pessoa.

Os sintomas mais comuns são: fadiga, cansaço constante, distúrbios do sono, dores musculares e de cabeça, irritabilidade, alterações de humor e de memória, dificuldade de concentração, falta de apetite, depressão e perda de iniciativa. Em seu cotidiano, a pessoa com Síndrome de Burnout tende a ficar arredia e isolada, o que impacta na produtividade na empresa.

Ana Maria Costa alerta que nesses casos, é recomendável, primeiro que o profissional tente gerenciar o uso de smartphone e das redes sociais. “Caso isso não seja possível, nem traga resultados, o ideal é que pessoa recorra a um profissional, seja um psicólogo ou um psiquiatra”, finaliza.

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